Endereços ligados à família de Nelson Rossato foram alvos de busca de apreensão em uma operação do Gaeco na manhã desta quinta-feira (03) em Ibiporã, na Região Metropolitana de Londrina. Uma casa na rua Padre Vitoriano Valente, que seria a residência de Daniela Cristina Ferreira Rossato foi alvo da operação, que recolheu documentos e equipamentos eletrônicos.
A suspeita é que o empresário esteja envolvido em um esquema que fraudou licitações em pelo menos 16 cidades do Paraná e causou prejuízo de R$ 10 milhões às prefeituras. A operação batizada de "Pasteiros" é um desdobramento da operação Déja-vú, que em 2019 fez buscas na empresa D'Mille Alimentos, cujo o sócio-proprietário é Nelson Rossato.
A D'Mille foi denunciada ao Gaeco por supostamente ser favorecida em contratos que somam R$ 13 milhões com o Instituto de Desenvolvimento Educacional do Paraná (Fundepar) a época em que o ex-deputado e prefeito eleito de Ibiporã, José Maria Ferreira (PSD) presidia o instituto.
OPERAÇÃO PASTEIROS
A operação desta quinta-feira (03) acontece ainda em outras 15 cidades do Paraná e em uma cidade no estado de São Paulo. As investigações apontam que o esquema já provocou prejuízos a pelo menos 69 prefeituras do Paraná, SP e também de Santa Catarina.
Ao todo são cumpridos 62 mandados de busca e apreensão.
Segundo o Ministério Público, os investigados são suspeitos de fraudar licitações por meio de ações combinadas. Os empresários se reuniam e decidiam qual empresa iria ganhar o certame.
Funcionava assim:
Os empresários agiam principalmente em licitações na modalidade de pregão presencial e concorriam a licitação em conjunto. Antes do julgamento das propostas, eles se reuniam e decidiam qual empresa seria a vencedora do certame.
Na sequência, havia um "acerto" entre os empresários na divisão, entre os interessados, dos lotes dos produtos licitados ou no pagamento de propina para que os demais renunciassem à disputa.
A prática permitia que os responsáveis pelos esquemas vencessem as licitações sem qualquer concorrência. Eles ainda aumentavam o preço dos produtos para que as prefeituras tivessem que adquiri-los pelo valor mais alto possível, causando prejuízo ao erário.
O Gaeco informou que 293 pessoas são investigadas pela participação na fraude, entre eles há empresários, funcionários e representantes das empresas envolvidas.
EM IBIPORÃ
A reportagem apurou em primeira mão que a casa onde houve busca pelo Gaeco pertence a Daniela Rossato. Ela é proprietária da Tibagi Licitações LTDA, que conforme apurado, disputou licitações em várias cidades do Paraná. Um documento obtido da prefeitura de Douradina (PR) exibe o nome de Daniela Rossato e a rua Padre Vitoriano Valente, onde fica a residência.
Ainda, documentos levantados pelo Portal 24Horas mostram que Daniela Rossato é procuradora autorizada a representar outras empresas da família, entre elas a A.G Rossato Distribuidora, de Adriana Rossato. Nessa mesma empresa, Nelson Rossato também figura como procurador junto com o ex-candidato a vereador de Ibiporã Tiago Ranieri. A A.G Rossato também atua na distribuição de alimentos, e figur
Nelson Rossato e Daniela também são procuradores da New Company Licitações, que disputou certames em Santa Cecília do Pavão, e em Nova Santa Bárbara, no segundo caso, uma licitação em que a A.G saiu como vencedora em um contrato de R$ 10 mil, em que Daniela foi a representante da empresa.
Ainda, outras empresas em nome de outros familiares como a Tubarão Licitações e a Frigossato foram identificadas como empresas com ligações diretas com Nelson Rossato, e que participou de processos licitatórios no Paraná.
O OUTRO LADO
Procurado pela reportagem, o empresário Nelson Rossato não foi localizado. Daniela Rossato também foi procurada, mas não foi localizada nos telefones das empresas.
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